tag:blogger.com,1999:blog-33145910371246810502024-03-13T09:53:59.230-07:00ChantingChantinghttp://www.blogger.com/profile/12183366192679769938noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-30730245031215603462012-04-10T18:36:00.005-07:002012-04-10T18:36:57.650-07:00Ode a um Rouxinol<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb-LsAkbdlT1sPprJkqS7rtCrPcrCHdGCqRIQgBE9W27CvkRrufvYOTqvDgFzVl1YtwOB4TAf90GMNhMBcGPYHu4D-q1rFTsolHGWOGa6rM-gESLIH1GtfPKPZHUwaKfustlKXCsuZp6M/s1600/nightingale.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb-LsAkbdlT1sPprJkqS7rtCrPcrCHdGCqRIQgBE9W27CvkRrufvYOTqvDgFzVl1YtwOB4TAf90GMNhMBcGPYHu4D-q1rFTsolHGWOGa6rM-gESLIH1GtfPKPZHUwaKfustlKXCsuZp6M/s320/nightingale.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
"Meu coração sofre uma dor misteriosa<br />Como se eu bebera cicuta,<br />Ou ópio evanescente;<br />O minuto passado já naufragou no esquecimento.<br />Não invejo tua vida feliz,<br />Pois me sinto feliz em tua felicidade,<br />Onde Dríades aladas e luminosas pairam sobre as árvores<br />Nalguma melodiosa planície<br />De sombras e áreas verdes infinitas,<br />Tocada de leve pelo mormaço do verão.<br />Oh, a brisa sobre os vinhedos!<br />Refresca há muito tempo as profundezas da terra,<br />Saboreando a flora dos campos verdejantes,<br />Baila ao som de uma canção provençal e cora de alegria!<br />Oh, uma taça repleta do calor do Sul,<br />Transbordante do verdadeiro rubor do Hipocrene,<br />Borbulhando de espumas até a borda<br />E tingindo de púrpura os lábios que a tocam;<br />Aquela taça eu sorveria e o mundo se tornaria invisível,<br />E contigo eu desapareceria numa remota floresta.<br />Sumir para bem distante, até esquecer completamente,<br />Contigo no meio da folhagem,<br />O cansaço, a angústia e a aflição.<br />Aqui, onde os homens sentam e escutam, uns dos outros, os gemidos;<br />Onde a agitação e a tristeza sossegam um pouco,<br />Onde a juventude cresce firme e os fantasmas morrem;<br />Onde pensar é estar a salvo do sofrimento<br />E o plúmbeo olhar desaparece,<br />Onde a beleza não pode ocultar o teu olhar brilhante,<br />Nem um novo amor ansiar por algo além do amanhã.<br />Longe, muito longe, eu voarei contigo,<br />Nunca na carroça de Baco puxada por seus leopardos,<br />Mas nas asas invisíveis da Poesia.<br />Contudo, o pensamento se assusta e se atrasa:<br />Já contigo! Suave é a noite,<br />E por acaso a rainha lua encontra-se no seu trono,<br />Cercada por sua corte de estrelas;<br />Mas aqui não há luz<br />Exceto a que vem do céu com o sopro da brisa<br />Através da umbrosa verdura e de caminhos serpenteantes e relvosos.<br />Não posso ver as flores aos meus pés<br />Nem sentir o oloroso incenso que paira sobre a ramagem,<br />Mas inebriado, na penumbra, acho tudo doce.<br />Graças à oportuna primavera,<br />Contemplo a relva, o bosque e as árvores frutíferas;<br />Claros espinhos e madressilvas silvestres.<br />Fugazes violetas deitam-se sobre as folhas;<br />E destacam seu mais antigo broto;<br />Surge uma rosa amarela cheia de orvalho<br />A sussurrar sua habitual canção do entardecer.<br />Secretamente escuto, e muito tempo<br />Fico quase fascinado pela leveza da morte,<br />Chamei-a por palavras ternas em várias rimas,<br />Para se mesclar ao ar da minha calma respiração;<br />Agora, mais do que nunca, parece doce morrer<br />Para tudo acabar à meia noite, sem nenhuma dor,<br />Enquanto tua arte flui, tua alma te abandona<br />Num êxtase absoluto!<br />E ainda tu cantarias e eu escutaria em vão -<br />A fim de que teu réquiem se tornasse um adeus.<br />Tu não nasceste para morrer, pássaro imortal!<br />Nem a fome dos homens ousou te abater;<br />A voz que a noite passada eu escutei<br />Também foi ouvida pelos palhaços e imperadores de outrora;<br />Talvez a tua própria canção haja encontrado um caminho<br />Através do triste coração de Ruth, quando doente em sua casa,<br />Ela chorou lágrimas nutritivas que te alimentaram;<br />As mesmas que tiveste, muitas vezes<br />Nos mágicos beirais;<br />Nas espumas das vagas<br />De perigosos mares, ou na terra encantada do desespero.<br />Desespero! Esta palavra é como um sino<br />Cujo dobre traz-me de volta o meu passado!<br />Adeus! A ilusão não pode enganar para sempre.<br />Adeus! Adeus! Teu lamentoso canto silencia,<br />Ainda há pouco se ouvia perto das campinas, sobre o regato,<br />Nas encostas da montanha; mas agora está sepultado profundamente<br />Numa clareira de um vale próximo.<br />Teria sido uma alucinação ou um sonho velado?<br />Acabou aquela música: - Estou desperto ou durmo."
<strong><span style="color: red;"><br /></span></strong></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<strong><span style="color: red;">John Keats (1795-1821)</span></strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy0CKe78jxOTQ9fiUSjH157nKzjntItiA_UljPY2DS5RSEwNWoq_Rd4hWgOQAEWeVsAl61exuNZPXRGa-mkPPSNeDD2qfsJQrjzjUt5E5P-5SBvSbCdXhRWG3hJsYlLOeV72G7RkMwc7A/s1600/Keats.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy0CKe78jxOTQ9fiUSjH157nKzjntItiA_UljPY2DS5RSEwNWoq_Rd4hWgOQAEWeVsAl61exuNZPXRGa-mkPPSNeDD2qfsJQrjzjUt5E5P-5SBvSbCdXhRWG3hJsYlLOeV72G7RkMwc7A/s320/Keats.jpg" width="194" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-85205311702966141582012-03-10T17:39:00.001-08:002012-03-10T17:39:56.367-08:00Chloe Agnew sings Vivaldi's ''Rain''<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="http://www.youtube.com/embed/ZEf5JqUrSvk?fs=1" width="480"></iframe>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-8214029394787831522011-10-17T08:32:00.000-07:002011-10-17T08:35:10.464-07:00Hanna's Theme<div style="text-align: center;"><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">Dream... how I dream to feel.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">Dream... how I dream to feel,</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">And everything will fill with light.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">A golden sun would fool this night</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">And all that is and ever was.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">Begin again. Begin again.</span><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);">To feel, finally for real.</span><br /></div><br /><iframe src="http://www.youtube.com/embed/e4zZyVgqnIU?fs=1" allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" width="480"></iframe>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-36574075930602220742011-09-15T10:35:00.000-07:002011-09-15T10:42:17.472-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz2m1WBXG9rXz37G8JlMjzTOf_7Ianhjlv71q2rewBrQYk0RqRB3cv9yH6SJwkFKJ5t7-d-T7by93_n09FcmD32-BA823PBSgfvInIKuVNKKjEIMx329chFPar-k0UB3t6OSzakmOyVtA/s1600/tumblr_lgmzclGDK91qza5wfo1_500.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 239px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz2m1WBXG9rXz37G8JlMjzTOf_7Ianhjlv71q2rewBrQYk0RqRB3cv9yH6SJwkFKJ5t7-d-T7by93_n09FcmD32-BA823PBSgfvInIKuVNKKjEIMx329chFPar-k0UB3t6OSzakmOyVtA/s320/tumblr_lgmzclGDK91qza5wfo1_500.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5652642950775620018" border="0" /></a><br /><div style="text-align: center;"><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Cada pedaço de mim </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">sabe o inferno que é ser </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">sol em noites de chuva, </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">ser cor nos cinzas dos edifícios, </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">ser luz na escuridão das manhãs. </span><br /><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Cada todo de ti sabe a delícia </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">que é ser flor nas asas do vento, </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">ser cristal nos olhos das fadas, </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">ser azul no fundo do mar. </span><br /><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Cada suspiro de nós sabe </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">a angústia que é ser só um</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">na multidão dos dias, </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">ser muito na pobreza da esquina, </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">ser ninguém na roda da vida. </span><br /><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Enquanto isso os relógios se vão, </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">e veem aqueles que sabem </span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">o que é apenas ser na</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">ausência do nada. </span><br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);">(Clarice Lispector)</span><br /></div>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-32695970624407746392011-09-15T10:10:00.000-07:002011-09-15T10:15:03.426-07:00<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9wX8OiI_OJ30FC9-ixOUnJ91sf3lNr_YCKrw41PEAtq6lb4Iq6MQWLXQ3iTeWSlKYum_3eEDHqsENOLopWH13P2jEMcAlEpzgaOD22q41OMrzWcapNWRqeGulBk-LG6d2AyV7P59CFOo/s1600/tumblr_l6542bst9P1qbny87o1_400_large.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9wX8OiI_OJ30FC9-ixOUnJ91sf3lNr_YCKrw41PEAtq6lb4Iq6MQWLXQ3iTeWSlKYum_3eEDHqsENOLopWH13P2jEMcAlEpzgaOD22q41OMrzWcapNWRqeGulBk-LG6d2AyV7P59CFOo/s320/tumblr_l6542bst9P1qbny87o1_400_large.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5652635333082872242" border="0" /></a><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Não me prendo a nada que me defina. </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Sou companhia, mas posso ser solidão. </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Tranquilidade e inconstância. </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Pedra e coração. </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> sarcasmo, preguiça e sono!</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Música alta e silêncio. </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Não me limito, não sou cruel comigo! </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Serei sempre apego pelo que vale a pena </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> e desapego pelo que não quer valer… </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Suponho que me entender não é uma questão de inteligência </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> e sim de sentir, de entrar em contato... </span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);"> Ou toca, ou não toca. </span><br /></div><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);">Clarice Lispector</span><br /></div><h3 style="color: rgb(255, 0, 0); text-align: right;" class="post-title entry-title"><a href="http://docecomoachuva.blogspot.com/2011/07/nao-me-prendo-nada-que-me-defina.html"><br /></a></h3>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-34725934140593045062011-09-15T10:03:00.000-07:002011-09-15T10:04:23.439-07:00Trobar de Morte - Ailein Duinn<iframe src="http://www.youtube.com/embed/MZx3QeTMEQc?fs=1" allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" width="459"></iframe>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-25325533321734728632011-06-05T14:41:00.000-07:002011-06-13T03:47:06.294-07:00" Soneto "<div><div><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje6tMjJE_5qTOnhtU0hkBH5JpSImKkb9LqBNLDaIc9K0NhxU-IOvJFsy1znKsI2EK7HfW9SmxuMwHQReLD44nuhZpYHIXBqR6wjzg_AgsJouUVQ6kFG4vS02HJi9zNCAP3sJT71k5G0Cc/s1600/167226_10150101375237164_628757163_6148401_2518316_n.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; width: 279px; height: 320px; text-align: center; display: block; cursor: pointer;" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5614785906320310178" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje6tMjJE_5qTOnhtU0hkBH5JpSImKkb9LqBNLDaIc9K0NhxU-IOvJFsy1znKsI2EK7HfW9SmxuMwHQReLD44nuhZpYHIXBqR6wjzg_AgsJouUVQ6kFG4vS02HJi9zNCAP3sJT71k5G0Cc/s320/167226_10150101375237164_628757163_6148401_2518316_n.jpg" /></a></div><br />Quando fico a pensar poder deixar de ser<br />antes que a minha pena haja tudo traçado,<br />antes que em algum livro ainda possa colher<br />dos grãos que semeei o fruto sazonado;<br /><br />quando vejo na noite os astros a brilhar<br />- vasto e obscuro Universo, impenetrável mundo! -<br />quando penso que nunca hei de poder traçar<br />sua imagem com arte e em sentido profundo;<br /><br />quando sinto a fugaz beleza de alguma hora<br />que não verei jamais - como doce miragem –<br />turva-se a minha mente, e a alma em silêncio chora<br /><br />um impulsivo amor. E a sós, me sinto à margem<br />do imenso mundo, e anseio imergir a alma em nada<br />até que a glória e o amor me dêem a hora sonhada!<br /><br /><br />- John Keats ( inglês - 1795-I82l ) </div><br />☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-1008106046327649012011-06-02T05:11:00.000-07:002011-06-02T05:14:07.670-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3X951bF8yH7ea1ce_tlKOrpWqPif2BwvECR5TxMENZ-yYIDKrzZJKH3vvxoGprO2csfZRagw2uud0KM-5Ep2rFe1BfMcLoMR5y-46mK6XnqFj7MxojqfsXjRMqM-2en1ahmhfV1hXu58/s1600/Trist%25C3%25A1n+e+Isolda.+Vida.+Egusquiza.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 318px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3X951bF8yH7ea1ce_tlKOrpWqPif2BwvECR5TxMENZ-yYIDKrzZJKH3vvxoGprO2csfZRagw2uud0KM-5Ep2rFe1BfMcLoMR5y-46mK6XnqFj7MxojqfsXjRMqM-2en1ahmhfV1hXu58/s320/Trist%25C3%25A1n+e+Isolda.+Vida.+Egusquiza.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5613594433894379314" border="0" /></a><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><b>Ele:<br /></b><i><span style="color: rgb(132, 0, 132);"><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">É uma bebida inebriante para mim o ouvir a tua voz,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">oh, magnífica do meu coração.</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Vem. É a hora da eternidade que nos chega.</span><br /><br /></span></i><span style="color: rgb(0, 0, 255);"><b><br />Ela:<br /></b><i><span style="color: rgb(132, 0, 132);"><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Meu coração fica em suspenso quando estou em teus braços,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">oh, dono do meu corpo,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">e tu fazes aquilo que se espera.</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Oh, sim, é doce a hora da eternidade.</span><br /><br /><br /></span></i></span><b>(Escrito por volta de 1300 a.C., faz parte do Papiro Harris 500, guardado no British Museum)</b></span>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-55012042018390822692011-06-01T08:58:00.000-07:002011-06-01T09:03:48.312-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNOPDxW-rALG-pvqXADDrcVV4rFy6YIqGE_dNY_4BOWqvwYKu1XKDgSyZK7lCwe9pWndUocdljGxuGjqx10JjAMqui-fsIFsV3HpaOXHSkVyEXINLD07DYc5OiqMvbXfCMhIJeLWBK1go/s1600/210djpu.gif"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 200px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNOPDxW-rALG-pvqXADDrcVV4rFy6YIqGE_dNY_4BOWqvwYKu1XKDgSyZK7lCwe9pWndUocdljGxuGjqx10JjAMqui-fsIFsV3HpaOXHSkVyEXINLD07DYc5OiqMvbXfCMhIJeLWBK1go/s320/210djpu.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5613282670954393666" border="0" /></a><br /><div style="text-align: center;"><span style="text-decoration: underline;"><br /></span><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Não faz ruído senão com sossego.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Chove. O céu dorme.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Quando a alma é viúva</span><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Do que não sabe, o sentimento é cego.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Chove. Meu ser (quem sou) renego…</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Tão calma é a chuva que se solta no ar</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">(Nem parece de nuvens) que parece</span><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Que não é chuva, mas um sussurrar</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Chove. Nada apetece…</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Não paira vento, não há céu que eu sinta.</span><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Chove longínqua e indistintamente,</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Como uma coisa certa que nos minta,</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Como um grande desejo que nos mente.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Chove. Nada em mim sente…</span><br /><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;">Fernando Pessoa</span></div>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-59046722904337191262011-05-26T11:19:00.000-07:002011-05-26T11:29:38.763-07:00VIA-LÁCTEA<div align="center"><em><span style="color:#cccccc;"></span></em><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxzFYDav1MP1Q3iIAa3_JgbsvMhOcmv_i9M2ERw0U3MpfA_y1vnkYOjhcUOX3PMmUAoSNzhBsrm1lTWYK70DwUbY8I7zhiOepJmCKjUrprKkuLOI9UonmI8RfVDfndlB-Rt9RuNjTETII/s1600/20090103122258.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5611093041332361650" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxzFYDav1MP1Q3iIAa3_JgbsvMhOcmv_i9M2ERw0U3MpfA_y1vnkYOjhcUOX3PMmUAoSNzhBsrm1lTWYK70DwUbY8I7zhiOepJmCKjUrprKkuLOI9UonmI8RfVDfndlB-Rt9RuNjTETII/s320/20090103122258.jpg" /></a><br /><span style="color:#cccccc;"><em>I<br />Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via<br />Que, aos raios do luar iluminada,<br />Entre as estrelas trêmulas subia<br />Uma infinita e cintilante escada.<br />E eu olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada<br />Degrau, que o ouro mais límpido vestia,<br />Mudo e sereno, um anjo a harpa dourada,<br />Ressoante de súplicas, feria...<br />Tu, mãe sagrada! Vós também, formosas<br />Ilusões! sonhos meus! íeis por ela<br />Como um bando de sombras vaporosas.<br />E, ó meu amor! eu te buscava, quando<br />Vi que no alto surgias, calma e bela,<br />O olhar celeste para o meu baixando...<br />II<br />Tudo ouvirás, pois que, bondosa e pura<br />Me ouves agora com o melhor ouvido:<br />Toda a ansiedade, todo o mal sofrido<br />Em silêncio, na antiga desventura<br />Hoje, quero, em teus braços acolhido,<br />Rever a estrada pavorosa e escura<br />Onde, ladeando o abismo da loucura,<br />Andei de pesadelos perseguido.<br />Olha-a: torce-se toda na infinita<br />Volta dos sete círculos do inferno...<br />E nota aquele vulto: as mãos eleva,<br />Tropeça, cai, soluça, arqueja, grita,<br />Buscando um coração que foge, e eterno<br />Ouvindo-o perto palpitar na treva.<br />III<br />Tantos esparsos vi profusamente<br />Pelo caminho que, a chorar, trilhava!<br />Tantos havia, tantos! E eu passava<br />Por todos eles frio e indiferente...<br />Enfim! enfim! pude com a mão tremente<br />Achar na treva aquele que buscava...<br />Por que fugias, quando eu te chamava,<br />Cego e triste, tateanto, ansiosamente?<br />Vim de longe, seguindo de erro em erro,<br />Teu fugitivo coração buscando<br />E vendo apenas corações de ferro.<br />Pude, porém, toca-lo soluçando...<br />E hoje, feliz, dentro do meu o encerro,<br />E ouço-o, feliz, dentro do meu pulsando.<br />IV<br />Como a floresta secular, sombria<br />Virgem do passo humano e do machado,<br />Onde apenas, horrendo, ecoa o brado<br />Do tigre, e cuja agreste ramaria<br />Não atravessa nunca a luz do dia,<br />Assim também, da luz do amor privado,<br />Tinhas o coração ermo o fechado,<br />Como a floresta secular, sombria...<br />Hoje, entre os ramos, a canção sonora<br />Soltam festivamente os passarinhos.<br />Tinge o cimo das árvores a aurora...<br />Palpitam flores, estremecem ninhos...<br />E o sol do amor, que não entrava outrora,<br />Entra dourando a areia dos caminhos.<br />V<br />Dizem todos: “Outrora como as aves<br />Inquieta, como as aves tagarela,<br />E hoje... que tens? Que sisudez revela<br />Teu ar! que idéias e que modos graves!<br />Que tens, para que em pranto os olhos laves?<br />Sê mais risonha, que serás mais bela!”<br />Dizem. Mas no silêncio e na cautela<br />Ficas firme e trancada a sete chaves...<br />E um diz: “Tolices, nada mais!” Murmura<br />Outro: “Caprichos de mulher faceira!”<br />E todos eles afinal: “Loucura!”<br />Cegos que vos cansais a interrogá-la!<br />Vê-la bastava; que a paixão primeira<br />Não pela voz, mas pelos olhos fala.<br />VI<br />Em mim também, que descuidado vistes,<br />Encantado e aumentando o próprio encanto,<br />Tereis notado que outras cousas canto<br />Muito diversas das que outrora ouvistes.<br />Mas amastes, sem dúvida... Portanto,<br />Meditais nas tristezas que sentistes:<br />Que eu, por mim, não conheço cousas tristes,<br />Que mais aflijam, que torturem tanto.<br />Quem ama inventa as penas em que vive:<br />E, em lugar de acalmar as penas, antes<br />Busca novo pesar com que as avive.<br />Pois sabei que é por isso que assim ando:<br />Que é dos loucos somente e dos amantes<br />Na maior alegria andar chorando.<br />VII<br />Não têm faltado bocas de serpentes,<br />(Dessas que amam falar de todo o mundo,<br />E a todo o mundo ferem, maldizentes)<br />Que digam: “Mata o teu amor profundo!<br />Abafa-o, que teus passos imprudentes<br />Te vão levando a um pélago sem fundo...<br />Vais te perder!” E, arreganhando os dentes,<br />Movem para o teu lado o olhar imundo:<br />“Se ela é tão pobre, se não tem beleza,<br />Irás deixar a glória desprezada<br />E os prazeres perdidos por tão pouco?<br />Pensa mais no futuro e na riqueza!”<br />E eu penso que afinal... Não penso nada:<br />Penso apenas que te amo como um louco!<br />VIII<br />Em que céus mais azuis, mais puros ares,<br />Voa pomba mais pura? Em que sombria<br />Moita mais nívea flor acaricia,<br />À noite, a luz dos límpidos luares?<br />Vives assim, como a corrente fria,<br />Que, intemerata, aos trêmulos olhares<br />Das estrelas e à sombra dos palmares,<br />Corta o seio das matas, erradia.<br />E envolvida de tua virgindade,<br />De teu pudor na cândida armadura,<br />Foges o amor, guardando a castidade,<br />- Como as montanhas, nos espaços francos<br />Erguendo os altos píncaros, a alvura<br />Guardam da neve que lhes cobre os flancos.<br />IX<br />De outras sei que se mostram menos frias,<br />Amando menos do que amar pareces.<br />Usam todas de lágrimas e preces:<br />Tu de acerbas risadas e ironias.<br />De modo tal minha atenção desvias,<br />Com tal perícia meu engano teces,<br />Que, se gelado o coração tivesses,<br />Certo, querida, mais ardor terias.<br />Olho-te: cega ao meu olhar te fazes...<br />Falo-te – e com que fogo a voz levanto! –<br />Em vão... Finges-te surda às minhas frases...<br />Surda: e nem ouves meu amargo pranto!<br />Cega: e nem vês a nova dor que trazes<br />À dor antiga que doía tanto!<br />X<br />Deixa que o olhar do mundo enfim devasse<br />Teu grande amor que é teu maior segredo!<br />Que terias perdido, se, mais cedo,<br />Todo o afeto que sentes se mostrasse?<br />Basta de enganos! Mostra-me sem medo<br />Aos homens, afrontando-os face a face:<br />Quero que os homens todos, quando eu passe,<br />Invejosos, apontem-me com o dedo.<br />Olha: não posso mais! Ando tão cheio<br />Deste amor, que minh’alma se consome<br />De te exaltar aos olhos do universo...<br />Ouço em tudo teu nome, em tudo o leio:<br />E, fatigado de calar teu nome,<br />Quase o revelo no final de um verso.<br />XI<br />Todos esses louvores, bem o viste,<br />Não conseguiram demudar-me o aspecto:<br />Só me turbou esse louvor discreto<br />Que no volver dos olhos traduziste...<br />Inda bem que entendeste o meu afeto<br />E, através destas rimas, pressentiste<br />Meu coração que palpitava, triste,<br />E o mal que havia dentro em mim secreto.<br />Ai de mim, se de lágrimas inúteis<br />Estes versos banhasse, ambicionando<br />Das néscias turbas os aplausos fúteis!<br />Dou-me por pago, se um olhar lhes deres:<br />Fi-los pensando em ti, fi-los pensando<br />Na mais pura de todas as mulheres.<br />XII<br />Sonhei que me esperavas. E, sonhando,<br />Saí ansioso por te ver: corria...<br />E tudo, ao ver-me tão depressa andando,<br />Soube logo o lugar para onde eu ia.<br />E tudo me falou, tudo! Escutando<br />Meus passos, através da ramaria,<br />Dos despertados pássaros o bando:<br />“Vai mais depressa! Parabéns!” dizia.<br />Disse o luar: “Espera! Que eu te sigo:<br />Quero também beijar as faces dela!”<br />E disse o aroma: “Vai, que eu vou contigo!”<br />E cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela:<br />“Como és feliz! como és feliz, amigo,<br />Que de tão perto vais ouvi-la e vê-la!”<br />XIII<br />“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo<br />Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,<br />Que, para ouvi-las, muita vez desperto<br />E abro as janelas, pálido de espanto...<br />E conversamos toda a noite, enquanto<br />A via-láctea, como um pálio aberto,<br />Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,<br />Inda as procuro pelo céu deserto.<br />Direis agora: “Tresloucado amigo!<br />Que conversas com elas? Que sentido<br />Tem o que dizem, quando estão contigo?”<br />E eu vos direi:”Amai para entende-las!<br />Pois só quem ama pode ter ouvido<br />Capaz de ouvir e de entender estrelas”.<br />XIV<br />Viver não pude sem que o fel provasse<br />Desse outro amor que nos perverte e engana:<br />Porque homem sou, e homem não há que passe<br />Virgem de todo pela vida humana.<br />Por que tanta serpente atra e profana<br />Dentro d’alma deixei que se aninhasse?<br />Por que, abrasado de uma sede insana,<br />A impuros lábios entreguei a face?<br />Depois dos lábios sôfregos e ardentes,<br />Senti – duro castigo aos meus desejos –<br />O gume fino de perversos dentes...<br />E não posso das faces poluídas<br />Apagar os vestígios desses beijos<br />E os sangrentos sinais dessas feridas!<br />XV<br />Inda hoje, o livro do passado abrindo,<br />Lembro-as e punge-me a lembrança delas;<br />Lembro-as, e vejo-as, como as vi partindo,<br />Estas cantando, soluçando aquelas.<br />Umas, de meigo olhar piedoso e lindo,<br />Sob as rosas de neve das capelas;<br />Outras, de lábios de coral, sorrindo,<br />Desnudo o seio, lúbricas e belas...<br />Todas, formosas como tu, chegaram,<br />Partiram... e, ao partir, dentro em meu seio<br />Todo o veneno da paixão deixaram.<br />Mas, ah! Nenhuma teve o teu encanto,<br />Nem teve olhar como esse olhar, tão cheio<br />De luz tão viva, que abrasasse tanto!<br />XVI<br />Lá fora, a voz do vento ulule rouca!<br />Tu, a cabeça no meu ombro inclina,<br />E essa boca vermelha e pequenina<br />Aproxima, a sorrir, de minha boca!<br />Que eu a fronte repouse ansiosa e louca<br />Em teu seio, mais alvo que a neblina<br />Que, nas manhãs hiemais, úmida e fina,<br />Da serra as grimpas verdejantes touca!<br />Solta as tranças agora, como um manto!<br />Canta! Embala-me o sono com teu canto!<br />E eu, aos raios tranqüilos desse olhar,<br />Possa dormir sereno, como o rio<br />Que, em noites calmas, sossegado e frio,<br />Dorme aos raios de prata do luar!...<br />XVII<br />Por estas noites frias e brumosas<br />É que melhor se pode amar, querida!<br />Nem uma estrela pálida, perdida<br />Entre a névoa, abre as pálpebras medrosas...<br />Mas um perfume cálido de rosas<br />Corre a face da terra adormecida...<br />E a névoa cresce, e, em grupos repartida,<br />Enche os ares de sombras vaporosas:<br />Sombras errantes, corpos nus, ardentes<br />Carnes lascivas... um rumor vibrante<br />De atritos longos e de beijos quentes...<br />E os céus se estendem, palpitando, cheios<br />Da tépida brancura fulgurante<br />De um turbilhão de braços e de seios.<br />XVIII<br />Dormes... Mas que sussuro a umedecida<br />Terra desperta? Que rumor enleva<br />As estrelas, que no alto a Noite leva<br />Presas, luzindo, à túnica estendida?<br />São meus versos! Palpita a minha vida<br />Neles, falenas que a saudade eleva<br />De meu seio, e que vão, rompendo a treva,<br />Encher teus sonhos, pomba adormecida!<br />Dorme, com os seios nus, no travesseiro<br />Solto o cabelo negro ... e ei-los correndo,<br />Doudejantes, subtis, teu corpo inteiro...<br />Beijam-te a boca tépida e macia,<br />Sobem, descem, teu hálito sorvendo...<br />Por que surge tão cedo a luz do dia?!...<br />XIX<br />Sai a passeio, mal o dia nasce,<br />Bela, nas simples roupas vaporosas;<br />E mostra às rosas do jardim as rosas<br />Frescas e puras que possui na face.<br />Passa. E todo o jardim, por que ela passe,<br />Atavia-se. Há falas misteriosas<br />Pelas moitas, saudando-a respeitosas...<br />É como se uma sílfide passasse!<br />E a luz cerca-a, beijando-a. O vento é um choro...<br />Curvam-se as flores trêmulas... O bando<br />Das aves todas vem saúda-la em coro...<br />E ela vai, dando ao sol o rosto brando,<br />Às aves dando o olhar, ao vento o louro<br />Cabelo, e às flores os sorrisos dando...<br />XX<br />Olha-me! O teu olhar sereno e brando<br />Entra-me o peito, como um largo rio<br />De ondas de ouro e de luz, límpido, entrando<br />O ermo de um bosque tenebroso e frio.<br />Fala-me! Em grupos doudejantes, quando<br />Falas, por noites cálidas de estio,<br />As estrelas acendem-se, radiando,<br />Altas, semeadas pelo céu sombrio.<br />Olha-me assim! Fala-me assim! De pranto<br />Agora, agora de ternura cheia,<br />Abre em chispas de fogo essa pupila...<br />E enquanto eu ardo em sua luz, enquanto<br />Em seu fulgor me abraso, uma sereia<br />Soluce e cante nessa voz tranqüila!</em></span></div><br /><br /><div align="center"><em><span style="color:#cccccc;"></span></em></div><br /><br /><div align="center"></div><br /><p align="center"><br /><strong><span style="color:#ff0000;">Olavo Bilac</span></strong> </p>☠Neith War☠http://www.blogger.com/profile/10009151837550815069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-28758627617027409802011-01-29T12:00:00.000-08:002011-01-29T12:00:15.374-08:00Tarde Demais…<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcwsTwNV99CFgUYJBI48Z_gPODdCZDDhEbbwC1FC9WmV-Fs6tJo420-08eddXWioQa2D-niLmmt7xDmwDMDklnZM-rfenxK6RcrnnSDBQaDDbfsc1cFUrQRXuoH6uxMdS9kGELMRAXmFsq/s1600/Nuestro_universo_by_OjosQueVen_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" s5="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcwsTwNV99CFgUYJBI48Z_gPODdCZDDhEbbwC1FC9WmV-Fs6tJo420-08eddXWioQa2D-niLmmt7xDmwDMDklnZM-rfenxK6RcrnnSDBQaDDbfsc1cFUrQRXuoH6uxMdS9kGELMRAXmFsq/s320/Nuestro_universo_by_OjosQueVen_large.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Quando chegaste enfim, para te ver</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Abriu-se a noite em mágico luar;</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">E pra o som de teus passos conhecer</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar…</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><br />
<span style="color: #cccccc;"></span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Chegaste enfim! Milagre de endoidar!</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Viu-se nessa hora o que não pode ser:</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Em plena noite, a noite iluminar;</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">E as pedras do caminho florescer!</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><br />
<span style="color: #cccccc;"></span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Beijando a areia d’oiro dos desertos</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Procura-te em vão! Braços abertos,</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><br />
<span style="color: #cccccc;"></span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">E há cem anos que eu fui nova e linda!…</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">E a minha boca morta grita ainda:</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="color: #cccccc;">“Por que chegaste tarde, Ó meu Amor?!…”</span></em></div><div style="text-align: center;"><em><br />
<span style="color: #cccccc;"></span></em></div><div style="text-align: center;"><em><span style="background-color: red; color: black;">Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade </span></em></div><div style="text-align: center;"><br />
</div>Chantinghttp://www.blogger.com/profile/12183366192679769938noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-60397071014914365322011-01-21T06:54:00.000-08:002011-01-21T06:54:52.769-08:00Tannhäuser<em><span style="color:#3366ff;">Já na introdução da sua ópera Tannhäuser, o grande compositor, </span></em><br /><em><span style="color:#3366ff;">maestro, teórico musical, ensaista e poeta alemão </span></em><br /><em><span style="color:#3366ff;">Richard Wagner (1813 — 1883) nos ensina a ser maiores que nós mesmos.<br /><br /></span></em><iframe height="344" src="http://www.youtube.com/embed/GwhP-wY1ROY?fs=1" frameborder="0" width="425" allowfullscreen=""></iframe>Chantinghttp://www.blogger.com/profile/12183366192679769938noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-28458445594779857642011-01-18T16:10:00.001-08:002011-01-18T16:10:36.317-08:00Sussurro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRCpxR8Pxhpt6O3PLRxpQTyd42Lefob7aP8XujI8Ug7pJLf32S1FwNAVlWQm7S7BTM5nYxMZKaQaLdE0_VyEPrYD1J6gZunRlqLRYa5yeA0XnmvM0qfujp-Flbtxi3WxYnJWu8d6iSrEWt/s1600/dark-angels-passion-love.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRCpxR8Pxhpt6O3PLRxpQTyd42Lefob7aP8XujI8Ug7pJLf32S1FwNAVlWQm7S7BTM5nYxMZKaQaLdE0_VyEPrYD1J6gZunRlqLRYa5yeA0XnmvM0qfujp-Flbtxi3WxYnJWu8d6iSrEWt/s320/dark-angels-passion-love.jpg" width="311" /></a></div><span style="font-family: georgia;"><span style="color: #6600cc;"><em>Todas as cores que eu vejo em teus olhos me conduzem para o interior da noite escura</em></span></span><br />
<div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>Deixo meu corpo em tuas mãos, entrego minha alma e meu coração</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>Seu toque...sua pele...seu cheiro...</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>Sentidos que me entorpecem</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>União perfeita no absoluto silêncio do mundo</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>Vozes que susurram teu nome em minha mente</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>Eu realmente quero você!</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>Palavras não ditas, carícias não feitas...</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>A lembrança ainda é tão perfeita e vívida que eu sei que você me sente de alguma forma</em></span></div><div align="justify"><span style="color: #6600cc; font-family: georgia;"><em>Somos uma contradição num mundo que se acha perfeito</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family: georgia;"><em><span style="color: #6600cc;">O equilibrio perfeito numa energia que ultrapassa limites e barreiras.</span></em></span></div><div align="justify"><span style="font-family: georgia;"></span></div><div align="center"><span style="font-family: georgia;"><em><strong><span style="color: #3333ff;"></span></strong></em></span> </div><div align="center"><span style="font-family: georgia;"><em><strong><span style="color: #3333ff;">Para meu amor... nesta e na outra vida!</span></strong></em></span><div align="justify"><span style="font-family: georgia;"></span></div><div align="right"><span style="color: red; font-family: georgia;"><strong>(Nuit Engel)</strong></span></div></div>Chantinghttp://www.blogger.com/profile/12183366192679769938noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-78891861042513379502011-01-18T16:08:00.000-08:002011-01-18T16:08:36.921-08:00Você<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnZKn6805oQQ9kqsj418yj7v7fETcFmCql6YHUxf1yzFwkCnu3_ReBYmBg5jhR9BIuQrmOJPLiv6VaiDhzosmxIAeGxkDml4PoArWDhSmG5uhqU2kxeex3YXqWxlWzUoflQqE4CKv82DYJ/s1600/Beyond_Neith_by_phuriedae.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="307" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnZKn6805oQQ9kqsj418yj7v7fETcFmCql6YHUxf1yzFwkCnu3_ReBYmBg5jhR9BIuQrmOJPLiv6VaiDhzosmxIAeGxkDml4PoArWDhSmG5uhqU2kxeex3YXqWxlWzUoflQqE4CKv82DYJ/s400/Beyond_Neith_by_phuriedae.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #eeeeee;"><em>As vezes minha mente se perde por uns instantes, viaja longe...</em></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #eeeeee;"><em>atravessa séculos e paira suave num tempo onde nossa alma era Uma...</em></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #eeeeee;"><em>Sinto seu toque sobre minha pele, mãos que percorrem meu corpo desvendando meus mistérios,</em></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #eeeeee;"><em>explorando sensações, confundindo-me, numa sintonia perfeita e absoluta!!!</em></span></div><br />
<strong><span style="color: red;">((Nuit Engel)))</span></strong>Chantinghttp://www.blogger.com/profile/12183366192679769938noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3314591037124681050.post-19152352826481486782011-01-18T10:44:00.000-08:002011-01-18T10:44:39.084-08:00Para começar...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVz52hE_RByKs-6fbpLzBHIU-p1VQcEy3SKD4lA9hCPJIjmNHsBFVQppR9bHXnXCP_HVy-MIRolf3c_hSuyW1CEFLiJmdoT-JNCKw2T1YCciHrzl3qbgOYl4M5JTBduoOZHUpeAN3wLxZG/s1600/Ghost_Love_Score_by_LunarShore.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVz52hE_RByKs-6fbpLzBHIU-p1VQcEy3SKD4lA9hCPJIjmNHsBFVQppR9bHXnXCP_HVy-MIRolf3c_hSuyW1CEFLiJmdoT-JNCKw2T1YCciHrzl3qbgOYl4M5JTBduoOZHUpeAN3wLxZG/s320/Ghost_Love_Score_by_LunarShore.png" width="257" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #9fc5e8;"><em>..."Pegue para você o que lhe pertence,</em></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #9fc5e8;"><em>e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige.</em></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #9fc5e8;"><em>Parece uma vida amoral.</em></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #9fc5e8;"><em>Mas o que é verdadeiramente imoral</em></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #9fc5e8;"><em>é ter desistido de si mesmo."</em></span></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><strong><span style="color: red;"><em>Clarice Lispector</em></span></strong></div>Chantinghttp://www.blogger.com/profile/12183366192679769938noreply@blogger.com1